sábado, 26 de maio de 2012

Até quando?

O que você está fazendo consigo?
O que quer para si?
O que está fazendo para que isso se construa?
E o que está fazendo para que isso se destrua?
O que está fazendo com você?
Quem é você?
O que era você?
E quem será você?
A triste ironia é acreditar que você tem tudo e pode tudo, mas na realidade não passa de triste ilusão.
Ninguém pode ter tudo sempre, mas ainda que acredite ter tudo hoje...o amanhã você não tem, a não ser, uma ideia ou esperança dele.
Então volto a perguntar...

O que você está fazendo consigo?
O que quer para si?
O que está fazendo para que isso se construa?
E o que está fazendo para que isso se destrua?
O que está fazendo com você?
Quem é você?
O que era você?
E quem será você?
Uvas amadurecem no outono. O sol amadurece os frutos.
E você, quando amadurece e o que te faz amadurecer?
João de Barro reveza a proteção de seus ovinhos entre o macho e a fêmea.
E você? Quantos abraços já pode revezar hoje?
A vida é uma troca constante e como disse uma vez aqui, a rotação continua de fatos e fatos.
Todo dia é dia de compartilhar, de ensinar, de aprender. Todo dia é dia de ouvir e falar. E quando um está em falta, é necessário que o outro complete.
E então, o que completou hoje? Quando cair e ralar o joelho, permita que alguém estenda a mão e te ajude a levantar, e não dramatize. Ria. O riso é a cura de muito sofrimento, e não há sofrimento maior que a angústia.
Desabafe, chore, cante, grite, leia, aprenda, ria, sorria, brinque, sinta o vento e acima de tudo:ACREDITE. Você pode não ter o amanhã em suas mãos, mas seu olhar pode construir um até já.
Conte consigo. Conte comigo.






domingo, 6 de maio de 2012

Uns e outros...

Enquanto uns dormem, outros acordam cedo para trabalhar.
Enquanto uns bocejam, outros se estapeiam para acordar.
Enquanto uns riem, outros choram para as contas pagar.
Enquanto uns se dão ao luxo de futilidades de R$300,00,
outros contam moedas para lanchar.
Enquanto uns se entregam a fofocas, outros pelo bem vão lutar.
E quando uns acham que a felicidade é olhar para seu próprio umbigo,
outros aprenderam a seguir, guiar, correr, lutar e amar.
Por isso que uns morrem sozinhos, e outros não morrem...apenas deixam de estar.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Uma pedra e um cálice

Eram 19:35 de uma sexta-feira chuvosa no ano de 1835. Miriam era jovem moça de 23 anos, cabelos alaranjados, olhos azul céu e contemplada de uma linda voz que acompanhava todas as noites o tocar do piano na sala de jantar.
A moça apesar de mostrar-se sempre alegre entre os seus, escondia profunda dor em seu interior, que mal saberia explicar.  Durante a tarde, saira a cavalo pelo campo onde a família possuía propriedades. Todos a conheciam e a lembravam como "o sorriso de ouro".
Miriam sentia-se só, insatisfeita com as questões da vida, não conseguia conformar-se com as atitudes alheias a qual presenciava diariamente. Como poderiam existir pessoas tão ruins? E por mais que buscasse respostas, nunca as encontrava.
Cansada e com a chuva forte que caia, parou em um pequeno celeiro bem afastada da grande casa onde morava, não poderia adoecer, já que no sábado a noite seu pai chegaria de Londres e não se contentaria se não fosse recebido pela voz ilustre da jovem filha. A moça sempre fora a mais corajosa dentre as outras cinco irmãs. Seu olhar demonstrava segurança, suas palavras eram firmes, mas seu sorriso mostrava doçura em meio a tanta fortaleza.
Entrando no celeiro, nada via. Ascendeu um lampião e seguiu procurando aconchego dentre as palhas que encontrava. Ouviu uma tosse, parecia haver alguém bem doente no local e logo prontificou-se de saber quem ali estava. Encontrou uma velha com aparência sofrida, que muito chorava.
Miriam notando que a senhora sentia frio, tirou seu casaco e sua echarpe e cobriu a pobre. Depois de alguns minutos tentando conversar e entender o que lhe acontecera, a velha misteriosa olhou fixamente em seus olhos e disse:
-Das muitas perguntas que tem, eis aqui as respostas - apontando para uma pedra ao chão e uma garrafa que cheirava a ervas.
A moça astúcia como sempre fora, pediu para tocar na pedra que tinha formato diferente do que jé pode observar. A velha então continuou:
- Essa pedra é o coração de uma pessoa de bem e dessa água pode-se notar os sentimentos, que quando jogados sobre a pedra, efeito nenhum causa a não ser que contemplado de sentimentos sinceros. Tente você! - entregando nas mãos a garrafa e a pedra.
A jovem abriu a garrafa e despejou pouco do liquido sobre a pedra e nada acontecera. Perguntou a velha senhora o porquê e a mesma apenas pediu para que fizesse o mesmo teste quando em momento de intimidade profunda com seu interior.
Passavam das 18:00 quando notou que precisava voltar, ou sua mãe se preocuparia com sua demora. Agradeceu e montou seu cavalo em direção a casa onde vivera desde criança, levando consigo a garrafa e a pedra.
Surpreendida, encontrou cerca de 15 cavalos no caminho e resolveu parar. Eles eram lindos e unidos. Como o ser humano não poderia assim ser também? Sentou na grama ainda molhada da chuva e apanhou a pedra. Observava com atenção tentando descobrir qualquer detalhe, até que passou notar que a pedra era o formato do rosto de Hébrius, um rapaz que apaixonara-se desde a primeira vez que se viram. Impressionada com a imagem do moço, colocou a pedra entre os seios e em várias vezes repetiu seu nome. Até sentir vontade de abrir a garrafa. Tomando o líquido verde, sentia vontade de despir-se e aos poucos o fez. Perdeu a consciência. Acordara num celeiro toda machucada, com aparência de velha, e sentia frio. Estava sozinha e com uma garrafa e uma pedra em suas mãos, esperando a próxima jovem aparecer.
Miriam nunca mais fora vista.